A diabetes mellitus gestacional (DMG) é um distúrbio endócrino-metabólico caracterizado pelo aumento dos índices glicêmicos durante a gravidez. Segundo dados do Ministério da Saúde, estima-se que um em cada seis nascimentos ocorra em mulheres com alguma forma de hiperglicemia durante a gestação, sendo 84% decorrentes da DMG.

Embora a maioria dos casos regrida após o parto, é uma condição que requer cuidados adequados durante a gestação, a fim de evitar complicações maternas e fetais. 

O que é Diabetes Gestacional?

A diabetes mellitus gestacional ocorre quando os níveis glicêmicos da gestante estão acima do normal, sendo detectado a primeira vez durante a gestação. Esse quadro é confirmado quando a glicemia de jejum apresenta-se acima de 92. E quando o teste oral de tolerância a glicose (TOTG) mostra valores >= 180 mg/dl na 1h após a ingestão de 75g dextrosol e >= 153 2 horas após. 

O TOTG é aplicado de forma universal em todas as gestantes na tentativa de rastrear o Diabetes na gestação, entre a 26a e 28a semanas. 

Pode apresentar-se de maneira assintomática ou caus ar: 

  • Cansaço excessivo;  
  • Ganho excessivo de peso na gestante ou no bebê;  
  • Aumento do apetite;  
  • Vontade frequente de urinar;  
  • Boca seca;  
  • Visão turva; 
  • Sede;  
  • Náuseas.

Causas e Fatores de Risco

O período gestacional, naturalmente, é caracterizado por mudanças da resistência à insulina. Alguns hormônios produzidos pela placenta, como o lactogênio placentário, e outros que são intensificados durante a gestação, como o cortisol e prolactina, podem diminuir a atividade dos receptores de insulina, levando ao aumento da produção de insulina nas gestantes saudáveis. 

Alguns grupos são mais vulneráveis para o desenvolvimento da condição, como: 

  • Histórico familiar de diabetes;
  • Idade materna avançada;
  • Obesidade;
  • Antecedentes pessoais de alterações metabólicas (como a Síndrome dos Ovários Policísticos);
  • Hábitos como consumo excessivo de álcool e tabagismo;
  • Antecedentes obstétricos de abortamentos de repetição, malformações, morte fetal ou neonatal, macrossomia ou DMG.

Riscos Materno-Fetais

A diabetes gestacional, quando não controlada, pode acarretar vários riscos para a mãe e bebê:

  • Para a mãe: Parto prematuro, risco aumentado de desenvolvimento de diabetes no futuro, risco aumentado de aborto, pré-eclâmpsia. 
  • Para o bebê: macrossomia (peso elevado ao nascer), risco aumentado de hipoglicemia ao nascer, que pode causar sintomas graves como convulsões, predisposição aumentada para obesidade, síndromes metabólicas e diabetes na infância e vida adulta. 

Tratamento e Gerenciamento:

A diabetes gestacional, quando gerenciada com cuidado, geralmente resulta em desfechos favoráveis tanto para mãe quanto para o bebê. É importante que o pré-natal seja realizado com rigor, com monitoramento da glicemia de jejum, hemoglobina glicada e controle com glicemias pós-prandiais. 

O uso de insulina vai estar indicado tanto para as pacientes com difícil controle glicêmico quanto para as que já apresentam repercussão fetal. Mas não é a primeira opção.

A adoção de uma dieta balanceada é imprescindível em casos de DMG, sendo um dos pilares fundamentais para o tratamento. Deve-se controlar a ingestão de carboidratos, evitar o consumo de industrializados e açúcares, optando sempre por alimentos com baixos índices glicêmicos. O acompanhamento nutricional pode ser recomendado e a atividade física também deve ser implementada com orientação profissional.

Leave a reply